terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Nostalgia


Depois de assoprar as poeiras e limpar as teias deixadas aqui, venho contar sobre minha vida...pra mim mesmo. Afinal, quem mais lê isso? Muita coisa mudou e muita coisa permanece igual. Acho que perdi um pouco a criatividade antes tão marcante em mim. Não sou mais a jovem nerd que aos 17 anos escreveu 3 livros. Aliás, perdi os 3. E quando penso nisso, algo por dentro me consome e me agonia infinitamente. Tenho repentes de desesperos quando procuro e não os encontro. Sempre tento e sempre não encontro. Lembro de quando me surgiu a idéia para o meu segundo livro. Estava no pátio de uma das casas que morei (Sim, já foram muitas) e o céu estava repleto de estrelas (Não...não é estória, muito menos clichê.) Fiquei pensando em como o céu podia dividir espaço entre as estrelas e a lua. Foi ai que pensei numa teoria takiliana maluca. Isso mesmo, Takiliana. Inventei A Lua de Tákila, onde eu explicava o motivo da existência estelar. Quer saber? “Sim, quero”. Havia duas Luas. Uma delas explodiu, fragmentando-se e dando origem as estrelas (Pedaços de lua); a outra continuou firme e forte e brilha até hoje no céu, Lua de Tákila. É...onde foi parar essa criatividade? Me admirava muito mais aos 17 anos. E, nessa idade, eu já me previa. Pode ser que o que sou hoje seja decorrente do que eu pensava que seria...Vai ver o inconsciente incorporou mesmo. Meio Julien Mitchel...outra personagem criada. No meio de tantos afazares, lições, faculdade, pressões de trabalho...esqueci minha criatividade. Ou pelo menos não tenho tempo pra ela. Essas novas “tecnologias”, formas de interação, engoliram a tão abençoada caneta e papel. A vida era tão mais emocionante quando eu chegava do colégio, corria e me trancava no quarto, para assim me jogar no chão, tirando minha caixa debaixo da cama. Nela tinha de tudo: fotos, primeira cartinha de amor, pedidos de desculpa, caderno de perguntas e resposta com altas revelações, rabiscos de idéias, alfabeto takiliano (sim, eu criei um alfabeto e não, não me lembro mais), cartões de aniversário, músicas do Legião que eu tanto tentava decorar...precisava aprender, pô! Escrevia a lot. Imaginava cenas de filme porque, claro, meus livros não seriam somente livros. Algum produtor ou roteirista iria se apaixonar pela minha viagem e claro, iria levá-los à telona! Eu receberia o Oscar de melhor atriz! Obvio, se o livro que seria filme era meu, quem melhor para representar a personagem principal? Ô Meu Deus...onde essa garota foi parar? Atrás de campanhas publicitárias, pesquisas de Ibope, números, concorrência, postura, reputação? Pode ser. Isso acontece com todo mundo? Chega uma hora que as coisas deixam de ser importante. Como eu li: Tudo cai, tudo esfria. Tudo vai embora um dia... Será que daqui a alguns anos, vou achar o máximo a minha idade dos 20 e poucos anos? Não estou reclamando ou até estou. É que sinto falta da menina dos 17 anos, que ainda tinha pôster do KLB e da Sandy pendurados no quarto. Tenho saudade da Tábata, da Julien, da Beline, da Kristin, do Danae, de Diacquos, de Tákila, de Mórbidus, da Gabi, da Tárcia...daquele mundo que era meu e que eu criei! E Saudade dói um pouco...dói muito. Nostalgia...saudades do Evaldo sentado na frente de casa depois do colégio; das discussões classe A tidas com o Tárcio – papo cabeça; do “Madaaame”, gritado pelo padeiro da frente de casa, o Júnior, na sua Mister Pão; da ansiedade para a chegada das férias que, certamente, seriam em Macapazinho; saudade esconde-esconde, do pira-pega, polícia e ladrão, das quedas de bicicleta, da música na praça, do sino caindo na igreja, quando eu mal sabia tocá-lo. Saudades...saudades! Mas estou bem com tudo o que construí nesses 22 anos. Minha vida só tem sido um pouco repetitiva pelas horas dedicadas ao trabalho. Aprendo. Aprendo muito. E amo. Amo muito. 21 anos esperando por alguém. 21 anos muito bem esperado! Valeu à pena todos os dias de espera e esperaria, pacientemente, o quanto fosse. Espero que a criatividade faça parte da minha novamente tão forte quanto já fez. Remember...Remember [ Ao som de Allister]